Regina Célia é escritora, formada em Letras, membro da AMULMIG _ Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, autora dos Livros Gangorra e Ad versos, alem de crônicas publicadas em jornais e em posts.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Conversa Afiada


Em tempos modernos pouco se sabe sobre valores. Financeiramente falando ainda restam algumas noções , embora poucas. Mas os valores morais, familiares, fraternais, humanos, cadê? Aonde foram parar? Por que as famílias, as escolas, as empresas, a sociedade não conhecem mais os ditos valores, dos quais podemos citar a verdade, a retidão, a paz, o amor, a não-violência, o respeito, a ética? Oh anos de sexo, drogas e rock and roll... Era este o mundo de libertação tão sonhado?

É hora de acordar para uma existência mais humana, mais cidadã, mais patriota! Pais e filhos que não se respeitam, não respeitam o vizinho, não respeitam os professores, não guardam os ensinamentos dos mais velhos.

Guardar ensinamentos é algo muito cafona mesmo... O mundo de hoje é de transferências diretas em up load e informações instantâneas, em tempo real... Jus t in time... O que se guarda é obsoleto, não é mesmo?

Numa sociedade em que impera a violência, a mentira, a corrupção, o desamor, o desrespeito falar em valores morais, valores humanos pode parecer ridículo! Não me importo! Ridiculamente clamo, imploro, insisto para que pais, educadores, igrejas, polícias, poderes executivo, legislativo e judiciário se mexam!

Coisa linda uma criança pedir a bênção aos pais, tratar a professora com dignidade e respeito, reconhecer nas diferenças as semelhanças, marchar em 7 de setembro, fazer barquinhos de papel em dias de chuva...

No entanto, como a ética entrou em nave espacial e zarpou deste mundo, os noticiários não cessam de exibir pais que atiram filhos pela janela, bulling em todos os lugares, arrastões de crianças aterrorizando lojas nas grandes cidades...

As escolas tinham por meta a formação de homens e mulheres de bem e reprovavam, faziam repetir o ano até que se aprendessem as lições, oferecendo uma nova chance de ser “gente”, mas e hoje?Não reprovações... O sistema visa às estatísticas. Não se fala em educação sem falar em números, metas numéricas, índices. Alguém já viu a estatística dos cidadãos ativos e de bem formados para o mundo? Mas certamente já reconheceu, estampado nos jornais, o rosto de um conhecido que foi preso, foi morto ou foi agredido.

Boa parte das igrejas deixou de lado a espiritualidade e se tornaram alavancas sociais gritando pelos excluídos, pelos pobres, desvalidos... Aderiram ao Movimento dos Sem terra, sem teto, sem vergonha.

O que faz o mundo ser mais digno para se viver? Você já parou para responder a essa pergunta? Em que estamos contribuindo para que nossos filhos tenham um mundo melhor ou para que o nosso mundo tenha filhos melhores?

3 comentários:

  1. TALENTO: DOM DE DEUS. ENCANTA A QUEM TEM A OPORTUNIDADE DE APRECIA- LO. ABRAÇOS. TE ADMIRO!

    LUZIA

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  2. SENSACIONAL!
    O MUNDO ESTA PRECISANDO DE TER ALGUMAS CONVERSAS AFIADAS... VOCE JA PENSOU EM PASSAR ESSE TEXTO PARA AS ESOLAS, IGREJAS, OU MESMO ABRIR UM ESPAÇO NA RADIO PARA CONVERSAS AFIADAS? PENSE NISSO. SUA VOZ E SEUS TEXTOS TEM SIDO A NOSSA VOZ CALADA NA GARGANTA. PERDOE-NOS PELO SILENCIO DO MEDO E DA INERCIA, MAS FALE POR NÓS.

    MADALENA

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  3. Ô Baronesa de Cocais!

    Entendo sua indignação,sua conversa afiada,mas acho que saímos de um jeito de viver,que no passado era muito baseado na repressão,hoje temos mais liberdade,mais informação,mas não estamos sabendo lidar com essas mudanças,porque ainda não conseguimos nos libertarmos das pragas da alma:O orgulho,a vaidade,o preconceito,a soberba,a ganancia...por causa disso,mesmo o aluno brilhante,pode acabar se tornando um mal religioso,um mal político ou pai de família que deixa a desejar...

    Abraços Baronesa

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