Regina Célia é escritora, formada em Letras, membro da AMULMIG _ Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, autora dos Livros Gangorra e Ad versos, alem de crônicas publicadas em jornais e em posts.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

TRIBUTO


Dia desses levantei com a sensação de que era uma data importante, dessas que não se pode esquecer, como aniversário de namoro, aniversário de irmãos, pais ou amigos. No entanto nada me vinha à mente cansada naquele dia. Do que estaria eu tentando me lembrar?

Passou o dia sem que a lembrança da importância da data se revigorasse em minha mente, De repente um e-mail, uma simples mensagem eletrônica que tinha ao fundo a conhecidíssima “Canção da América” gritou aos meus ouvidos “mas quem cantava chorou ao ver seu amigo partir”. E era isso! Aquele era o dia do aniversário de um grande amigo que partiu (cedo demais, como dissera o Renato Russo).

Gerson Antonio Soares faria aniversário naquele dia, caso sua vida não tivesse sido ceifada há alguns anos.

Dor, saudade, lágrimas disputavam lugar em minha mente e em meu coração. Mesmo após o seu distanciamento físico, a memória teima em eternizar o que amou. Tuniquinho deixou saudades! Mais que isso até, Tuniquinho deixou lições... Inúmeras delas! E sua existência fez parte, por anos, da minha vida e da vida de Barão de Cocais.

Companheiro de trabalho, amigo leal, destemor, coragem... Um pedido de justiça! É preciso lembrarmo-nos de Tuniquinho! É preciso dizer seu nome repetidas vezes para que a nossa cidade não se esqueça de sua existência benéfica, de seu trabalho duro, de sua vida exaurida.

Palmas na cadência do meu coração!Seja lenda Tuniquinho! Seja um mito recontado para falar de amizade e de justiça! Que viva para sempre em nossa memória, Abreijos, amigo Tuniquinho!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

EM ALGUM LUGAR ALÉM DO ARCO IRIS


Amanheci pálida hoje. A chuva que se precipita mansa, já dura três dias. O sol ameaça vir ao longe e um arco-iris bem fraquinho pode ser avistado com um pouco de boa vontade.

De posse da cor amarela, ouvi, consecutivamente, três cds do Vander Leendo só na parte da manha.

Cantarolei Eric Clapton na volta do dia.

A chamada em espera do telefone da prefeitura, quando funciona, ecoa todo o lirismo de “Iz” Israel Kamakawiwo’ole. A espera às vezes me faz chorar...

Um dos meus celulares traz consigo o tema de Rambo e me chama à reflexão de que o próximo não deve ser um peso na vida, ele é meu irmão... Aff! Preciso colorir-me, porque estou bege!

Deveras, meu dia está em tons pasteis e se nada acontecer pra me enrubescer um pouco, não há de demorar muito eu vou acabar querendo ser uma tarde gris...

Cai a noite mudando as matizes da paleta que coloriu o dia. Para encerrá-lo, assisti, repetidas vezes, a um trecho de um show, em vídeo, com provavelmente uma das músicas mais lindas e cortantes dos últimos 35 anos, a velha canção eternizada por Rod Stewart e seus não menos eternizados cabelos desalinhados: I don’t want to talk about it! É incrível como a voz rouca do Rod (ai que intimidade...) e seu horroroso paletó amarelo conseguem fixar-nos diante do vídeo. É impossível parar de olhá-lo. Parar de ouvi-lo seria pecado dos mais graves... O solo de sax esmaga meu coração e é tão lindo que merece nunca acabar!

Não celular, por favor, não toque agora! If I stay here just a little bit longer…If I stay, won't you listen to my heart? Oh! O meu coração foi quebrado, mas eu não quero falar sobre isso.

ECO VIDA


Nariz escorrendo, pirulito tipo chupeta na Mao e um velho carrinho de plástico debaixo do braço. Assim seguia Buiú sua mãe. Catadora de materiais recicláveis que, por muito tempo, tirou do antigo lixão o sustento da casa.

Hoje a realidade é menos mórbida, mas não menos pesada. Ha tempos , deitara centenas de quilos de latinhas e papelão sobre sua femilidade. Não fossem uns brincos descascados a pender-lhe pelas orelhas, seria uma incógnita. O boné e o macacão lhe atribuíam um severo ar masculino.

Mesmo ciente de estar na crista da onda, vivendo de maneira ecologicamente correta, sua boca já não sorria e faltavam-lhe os dentes da frente. A propósito, apesar da idade recuada, Buiú também não os tinha.

O menino, porém, não temia os olhares sociais e punha-se a sorrir quando espetava a bunda de uma tanajura distraída, ou quando capturava mais um besouro para seu pequeno pelotão enclausurado na latinha de castanhas encontrada no galpão dos catadores. Buiú possuía alguns batalhões de formigas e uma caixinha de abelhas...
Mas a mãe desconhece o poderio do filho catarrento. Muitos bichinhos inocentes aguardam o seu comando.

Não, não é pecado! Pecado seria impedir que Buiú fosse general de seu exército.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Um Rei chamado DAVI


Davi foi um Rei de Israel. Pequeno em tamanho, mas grande em suas ações, foi vitorioso em todas as suas lutas e derrubou até um gigante! O rei Davi também foi herói admirado pelo seu povo. Deus lhe concedeu sabedoria e força. Em tudo Davi louvava a Deus com musica, dança e poesia...

Assim também é nosso Davi. Pequeno em tamanho e idade (apenas 5 anos), mas grande em sabedoria e determinação. Davi vem vencendo as suas lutas e pretende derrubar um gigante tirano que afugenta as forças de pobres, ricos, adultos e crianças. Um gigante que rouba a saúde e traz sofrimento, mas Davi sabe cantar, dançar e recitar poesias que o tornam encantado e encantador.

Davi figurou em um grande cartaz no ano passado vestido de herói, mas não sabia que, de fato, era um grande herói para seus pais, para a avó, para os que o admiram. Davi vencia, dia a dia, as batalhas impostas por uma doença que ninguém sabia que ele tinha.

Davi dos Reis tem Rei até no sobrenome!

Dia desses, em que eu completava mais um ano de vida, eis que a voz suave, mas firme, de Davi, ecoa no meu celular para me desejar felicidades... Ah felicidade! Que grande presente aquela vozinha a falar comigo e arrancar-me lágrimas de puro contentamento!

Hoje meu coração envia um rogo a Deus e manda um recado aos pais de Davi... Manda um recado ao próprio Davi: O SENHOR te abençoe e te guarde; O SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.(Números 6:24-26)