O tempo não nos pede muito...
Apenas um pouco de cada vez, mas é implacável! Não poupa ninguém e a todos
deixa a marca de sua passagem, seja física ou emocionalmente...
Os avanços tecnológicos, a medicina
e a ciência passam o tempo tentando minimizar as marcas do tempo e equalizar as
suas afetações.
As rugas aparecem, o corpo fica
flácido, os cabelos se orvalham, os olhos serenizam ... quase sempre é assim.
O que, de fato, o tempo nos deixa e
nos leva?
Aonde vão parar a inocência da infância, a vitalidade da
juventude, a sisudez do adulto? Porque a criança que existe em todos retorna
quando o corpo se curva à ação do tempo, o andar volta a ser inseguro e a
memória descarta boa parte do que acumulou ao longo do tempo?
Não se ganha e nem se perde tempo,
pois ele não se detém. O tempo não pede licença para criar dunas ou abrir
caminhos. O tempo apenas passa...
O tempo não dá explicações. Leva o
que lhe convém ou deixa-nos o que nos
convém? Não permite barganha, não aceita oração. O tempo, chronos ou kayros é
soberano, senhor de todas as coisas, pai dos segundos que formam séculos, pai
tirano que aos filhos devora.
O tempo não para!
Ele passa incessantemente. O tempo
apenas passa.