Diz a lenda
que para uma lenda ser aceita é preciso ter um fundo de verdade, apesar do seu
realismo fantástico.
A lenda que
ora anuncio tem a sua origem no Sitio Arqueológico da Pedra Pintada, localizado
na Serra do Garimpo, Distrito de Cocais
em Barão de Cocais.
Quem freqüenta
esse paraíso pode ouvir nitidamente o barulho da cachoeira e ao longe o eco de
um grito histérico abafado pela mata abundante da região.
Em um tempo
não muito distante, estando o Sr. Zé Diniz a carpir sua roça de milho e Dona
Maria a assar quitandas deliciosas no forno de barro existente no terreiro para
agradar algumas visitas, eis que uma das visitantes se encanta com um pé de
mato florido em cachos e sobre o qual Dona Maria discorria suas propriedades medicinais: Esse mato é
sabugueiro...Ajuda nas inflamações, é
anti diarréico, ótimo para crianças com doenças como o sarampo e a catapora. O
chá das flores secas do sabugueiro é utilizado contra resfriados, gripes,
anginas e nas enfermidades eruptivas, como sarampo, rubéola, varíola e
escarlatina, por provocarem rapidamente a transpiração.
O chá das cascas, raízes e folhas é indicado
para combater a retenção de urina e o reumatismo. Além disso, o chá da frutinha
purifica o sangue e limpa os rins. A gente deve colocar galhos de sabugueiro nas
portas e janelas das casas para impedir a entrada do mal e para proteger dos feitiços das bruxas e
espíritos malignos...
Dizia ainda que de sua madeira fora feita a Cruz do
Calvário, e por esse motivo, dava azar cortar um tronco de sabugueiro, mas as
flores poderiam ser colhidas. Contava enquanto fazia um belo buque das flores
de sabugueiro, até que , de repente,
algo muito nojento, preguento e gelado grudou na mão da atenta ouvinte e nao se
sabe quem arregalou mais os olhos a perereca verde que fora expulsa das folhas
do sabugueiro ou a dona do grito que ecoa até os dias de hoje nas grotas da
mata do garimpo. Dona maria ria escandalosamente e o Sô Zé Diniz chegou
aterrorizado com o grito ouvido, dizendo ser da Mãe da Mata, pela dor das
agressões sofridas.
Muitos tentam entender o
estranho som que acompanha a serenata da cachoeira, mas para que a lenda
persista muitoainda ha que se falar no Sabugueiro. Observe-se que a varinha mais poderosa do Mundo Mágico de Harry Potter é uma varinha feita de sabugueiro
conhecida como a " varinha das varinhas” .
Nunca mais cheguei perto de um sabugueiro, que pode
espantar maus espíritos, mas acolhe em seus galhos a nojenta perereca
verde e gela até hoje a minha mão. Eu,
curupira avessada, acho que sou uma lenda viva.
Ótimo, muito bom mesmo!!!
ResponderExcluirE posso dizer que fiz parte dessa inspiração.
Parabéns, continue assim! Abraços...
Obs: não imagina o quanto eu ri... rs rs rs...
Nunca mais olharei a linda mata da Pedra Pintada sem antes procurar por uma perereca verde. Confesso que ja ouvi o eco de seu grito mas nao sabia se tratar da retumbancia de sua voz! Caba não mundão!
ResponderExcluirRenato R.
Regina Célia, voce é uma lenda viva que eu curto muito.
ResponderExcluirGeraldo
Muito bom eu adorei aquela parte do sabugueiro que dava asar se cortar,esplica tudo da lenda, foi a parte em que eu me inspirei muito mesmo,continue com essas poesias,poemas e lendas maravilhosas vc é um sucesso
ResponderExcluirSer sabugueiro para espantar o mal. Ser perereca para te encarar nos olhos. Ser cachoeira para cantar com a mata. Ser um leitor fiel de seus textos encantadores. Quero ser tudo isso.
ResponderExcluirParabéns, querida Regina.
Geraldo Oliveira
Cocais, Cachoeiras, matas,noites estreladas, acampamentos, violões, poetas, baronesa que me encanta.
ResponderExcluirLindo! Como Sempre.
Joao
Dá-lhe perereca! Como é que voce encontra inspiração para falar até de perereca verde, mulher?Adorei te reencontrar!
ResponderExcluirVoce continua sendo ótima escritora e cômica também!)
Andrea - Belo Horizonte