Regina Célia é escritora, formada em Letras, membro da AMULMIG _ Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, autora dos Livros Gangorra e Ad versos, alem de crônicas publicadas em jornais e em posts.

sábado, 5 de maio de 2012

Através do espelho de Alice


Um espelho na parede parece convidar a novos desafios. Esse espelho refletiu um rosto que o meu contemplava mas que  não me pertencia. Quem seria aquela figura estranha a me olhar  de maneira penetrante, mas sem a vivacidade que me acompanha? A maquiagem, muito bem feita, disfarça  linhas, rugas e poros abertos, mas a tez não corresponde ao olhar, que vez ou outra pisca soluçando.

Um grito de criança faz-me virar para o lado  e quando volto a olhar o espelho aquele rosto já não se encontrava emoldurado na parede.

Esse momento de íntima  visão encabulou-me sobremaneira.A pergunta que me acompanha há quatro décadas ecoa novamente: Quem  sou eu na verdade? Seria eu a que me vejo ou a que se viu? O olhar que me acompanha é o que vê e brilha  ou o que permanece inerte no espelho emoldurado? Onde eu me perdi entre o que olha e o que vê?Um sorriso que não esbocei se exibe no espelho como um aceno.

6 comentários:

  1. O facebook é uma excelente ferramenta cultural. Jamis pensaria em encontrar um bau de textos tao bem escritos se nao fosse o face. Parabéns!

    Luderson Queiroz

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  2. Filosofia, psicologia e adestramento de palavras! Parabéns pelo excelente texto!

    Sonia Freitas

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  3. Quem sou eu? Também nao tenho a resposta que o espelho insiste em me negar...
    Perguntas que tememos fazer ao olhar em nossos olhos! Fechou, Regina! Parabéns.

    Cleusa Andrade

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  4. Onde nos perdemos? Vai saber! Enquanto ha busca, ha poesia...bjo grde. Adorei o texto.

    saudades de vc, moça!

    Grde abraço.

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  5. Provavelmente o grito de criança que fez voce se distrair diante do espelho é a criança que vc traz dentro de si e sussurra doces palavras em seu ofício de nos fazer refletir , sorrir e sonhar. Excelente texto!

    Flavio Antoneli

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