Regina Célia é escritora, formada em Letras, membro da AMULMIG _ Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, autora dos Livros Gangorra e Ad versos, alem de crônicas publicadas em jornais e em posts.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Santo de casa

Eu conheço um homem  que é capaz de transformar sucatas em belíssimos adornos e utilidades. De ferros retorcidos  ele faz móveis, luminárias, vasos, troféus, molduras, relógios, coqueiros, pássaros, borboletgas, souvenirs... O ferro oxidado brilha ao seu toque e o metal brilhante se enferruja com suas pinceladas.

Eu conheço um homem, operário aposentado, que fez de sua busca uma arte e de seu talento uma alquimia. Ao seu toque, nada fica da mesma forma.

Seus trabalhos como artesão já ganharam o mundo e sua simplicidade o torna único.
Eu conheço um homem que transfere para a aspereza do descartável a singeleza de seus sonhos de liberdade, a expressão de seus desejos...

Gilberto Antonio de Paula fez de Barão de Cocais a sua terra. Aqui ele é de casa, mas diz o ditado que  Sano de casa não faz milagres! Ele faz. Eu acho.

Guerreiros medievais fazem a sentinela de sua obra, anjos trombetam a anunciação e o homem, que clama por liberdade, transforma gaiolas em luminárias na tentativa vã de aprisionar a luz. Porém mantém as portas abertas.

Set/2012

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