Pode um amor morrer? Nunca num
dia assim... Diria Bilac. Sim, aquele
mesmo tresloucado que ouvia e entendia as estrelas...
Ah, não sabe quem é? Tudo bem.
Talvez tenha ouvido falar em
Paulo Leminski, que poetiza sobre o não acabar do amor “Amor, então, também, acaba? Não, que eu saiba. O que eu sei é que se transforma numa matéria-prima que a
vida se encarrega de transformar em raiva ou
rima”.
Em vão?Que seja,
pois, eterno enquanto dure, segundo Vinícius de Moraes.
O fato é que hoje
o amor contado foi vivido por Afonso e Constança, ainda no século XIX e estando
eu na cidade matriarca das Minas Gerais, sua primeira vila, a primeira capital
do estado e a cidade mais rica do Ciclo do Ouro, acompanham-me como vultos, os
versos de Ismália, cantados pelo poeta solitário de Mariana, que fez de suas
ruas estreitas e íngremes a própria torre prisioneira de seu amor.
O frio que espanta o riso de
Constança retém-lhe o juízo. O vazio do precipício abaixo dos seus olhos abriga
um lago profundo, que reflete a luz esmaecida do encantador luar. Única luz a
promover sombras nos olhos embevecidos de Constança.
Um banzo do amor vivido? O
assassinato da esperança de vivê-lo? A descrença na promessa feita ao santo das aflitas casadoiras?
Constança se perdera dentro de si
e pariu as rimas e tristezas dos versos de Alphonsus. Ah se a vida deixasse! Ah
se pudesse viver!.
Em seu desvario Constança se
desvencilha dos braços da solidão e se entrega à leveza de ser alada. Mergulha
nas águas escuras que vestem o olhar de Alphonsus à procura da lua neles
refletida.
Enfim, Constança decide viver.Se
tivesse mais alma pra dar, daria. Isso é viver!
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