
O cheiro doce da canjica incensa o ar. Bandeirolas coloridas tremulam ao vento frio das noites de junho em Barão de Cocais. A fogueira, a cada ano mais bonita e crepitante, ganhou um cercadinho eucalipto para evitar aglomerações muito próximas e proteger os transeuntes de quaisquer acidentes.
A panela de milho cozido convida a uma parada mais demorada, o leite ferrado da barraca da pastoral da criança lembra cozinha de avó e as cocadas do Davi... Humm são inigualáveis!
Toda região da quermesse assopra aromas diversos que despertam o paladar em todas as suas potencialidades. Os churrasquinhos, caldos de todos os tipos, sanduíches, quentão, feijão tropeiro e tudo que boca desejar está ali, em honra a São João Batista, celebrando a vida, celebrando a fartura, celebrando a prosperidade!
A festa do padroeiro expulsa os casacos dos guarda-roupas, exalam perfumes e naftalina e tornam as mulheres mais elegantes (exceção feita a algumas mocinhas de gosto duvidoso e moral em formação, com seus micro vestidos e mini mini-blusas... Horríveis em seu desengonço!).
Igreja, poder publico e privado dão-se as mãos para a realização do jubileu, que celebra o padroeiro e o aniversário da cidade.
É tempo de alegria, de acolhimento, de banda de musica e fogos de artifício! É tempo de rever velhos conhecidos, de dançar forró e reinventar a quadrilha singela dos tempos de outrora.
A cidade comemora seus séculos, a fé se revigora nos pés descalços sobre as brasas e os balões se desprendem dos dedos miúdos para alcançarem os céus salpicados de estrelas.
O pipoqueiro se aperta entre a fila de gulosos olhares e a parede suntuosa da igreja. Maçãs do amor são mordidas vagarosamente, petrificadas de caramelo. Ao longe, ouve-se a voz repetida do cantador de bingo... Mais um frango assado se despede da mesa e vai de encontro ao ganhador da rodada. É noite de São João em Barão de Cocais.