Regina Célia é escritora, formada em Letras, membro da AMULMIG _ Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, autora dos Livros Gangorra e Ad versos, alem de crônicas publicadas em jornais e em posts.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cones Malditos



Uma simples volta ao centro de Barão de Cocais é suficiente para identificar o incrível aumento do tráfego viário de nossas ruas. Milhares de veículos disputam os pouquíssimos locais de estacionamento in tesi disponíveis.

Pedestres se amontoam próximos às passagens demarcadas para sua travessia à espera de que o bom senso permita o deslocamento em segurança. Alguns motoristas param e acenam para a travessia dos que esperam, mas nem sempre as motos que os seguem colaboram e saem costurando entre os carros que aguardam e os pedestres que se arriscam...

Atendendo a pedidos, peço licença aos leitores para colocar dois cones sinalizando o comentário a seguir:
(abre cone) Esses instrumentos para sinalização viária consistem em um dispositivo de controle de tráfego, auxiliar à sinalização, de uso temporário, utilizado para canalizar e direcionar o tráfego e delimitar as áreas. Em Barão, a policia o utiliza, frequentemente, próximo a Praça Nossa Senhora Aparecida, exatamente para direcionar e canalizar o tráfego no local, mas se esquece que o uso deve ser temporário e os cones ficam ali, dia e noite! Mototaxistas, no uso irregular de usa profissão, saem utilizando da serventia dos cones para delimitar áreas e tomam posse das vias públicas e dos poucos locais livres para estacionamento, como áreas privativas. E são muitas! A farmácia – ia me esquecendo – apesar de possuir sinalização específica de estacionamento para clientes permitido por tempo limitado, também cooperou com a fábrica dos cones e tascou mais dois ali! O dono do mercado coloca caixotes em lugar de cones, o lojista se esmera em manter seus cones limpinhos, a loja de móveis, que possui uma ampla área para ser utilizada como estacionamento para clientes, monta o seu show room de colchões e sofás do lado de fora e coloca duas cadeiras plásticas amarradas por uma fita zebrada, impedindo que o bobo do cliente estacione para fazer as suas compras e, aos poucos, todos vão delimitando suas áreas , que não podem ser do cidadão comum, nem do cliente, nem do ciclista... As áreas estão demarcadas por seus proprietários com os “cones malditos”!.(fecha cone)

Uma feiúra total, é o que se pode ver. Comparemos o comercial de veículos, em que os pôneis malditos cantam odeio barro, odeio lama... não vou sair do lugar - Os cones malditos insinuam “odeio carro, eu sou sacana, não vou sair do lugar!

Se você não picar o pé em pelo menos um cone maldito de Barão de Cocais essa musiquinha não vai mais sair de sua cabeça... ♫ ♪ La,ra,la, ra la, la, la ♫ ♪ (que nojinho!)

5 comentários:

  1. ô bendita cronica!Apesar de odiar a musiquinha da Nissan, a sua parodia musical ficou boa demais! Vamos picar o pe nos cones.

    Damião

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  2. Abaixo os cones! Abaixo a arbitrariedade dos donos das calçadas e dos estacionamentos publicos!
    Abaixo os malditos delimitadores dos espaços do povo! Abaixo...

    Leticia Chaves

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  3. Prezada Regina

    As suas cronicas conseguem traduzir de forma admiravel os nossos olhares e nossa paralisação diante do cotidiano de Barão de Cocais.
    É excepcional a sua desenvoltura com as palavras e a maneira como faz para nao desvencilhá-las dos sentimentos.
    Parabéns! Conses Malditos é a expressão de indignação de todos nós, motoristas que se submetem a esse abuso denominado uso de cones.

    José Henrique

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  4. É isso aí, cara esctitora!
    Malditos os cones mal utilizados...

    Alcione Seixas

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  5. Minha filha tem uma boneca que apelidou carinhosamente de cone. Por quê? Segundo ela, porque a boneca não faz nada: não fala, não mexe, não chora... nem cabelo tem para pentear! Enfim, só fica paradinha feito um cone. Pelo visto, os daí de BC fazem alguma coisa sim: incomodam! Beijão!

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