Regina Célia é escritora, formada em Letras, membro da AMULMIG _ Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, autora dos Livros Gangorra e Ad versos, alem de crônicas publicadas em jornais e em posts.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PERO QUE LAS HAY, LAS HAY


A bruxa tá solta! Ouvi o vizinho dizendo aos pedreiros logo pela manha. Daí a pouco o filho mais velho reclama do para casa e diz que não vai a escola e não gosta da bruxa da professora. Termo recorrente hoje! E eu, bruxa que sou, sei que elas existem; embora não creia nelas.

Sofro de bruxismo e tenho corujas enfeitando o meu quarto. Mal uso vassouras para uma faxinada na casa, mas para voar, jamais! Não faço feitiços, mas encanto! Quase me classifiquei como fada agora!

Uso preto mesmo de dia, mas tenho alergia a aranhas e suas terríveis teias. Morro de nojo até de formiga, o que diria das baratas?! Caldeirão pra mim, só de sopa!

Conheci uma bruxa má, daquelas que fazem feitiço, tem dentes abertos e não sabem perdoar... Não disse, mas seus olhos me maldisseram e penso – não creio – que ela tenha costurado meu nome na boca do sapo. Só que antes de morrer de fome e de agonia, o coitado cagou o papel que tinha meu nome.É, na boca do sapo tem dentes!

Ando pouco me lixando para as bruxarias dessa velha má. É uma vítima da própria ambição e inveja. Há anos se contenta com as sobras de tudo o que invejou. Não teve nada realmente de seu, nada proveniente de seu mérito. O que traz como seu pertenceu a alguém que invejou. Pensa então que é capaz. Pensa que é feliz.O sapo a olha indignado, como quem diz:sai desse corpo que nao te pertence!

A propósito, a bruxa tinha mesmo que estar solta hoje... Dia 31 de outubro. Viva o dia das bruxas!

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